sábado, 4 de fevereiro de 2017

Ah, amor!


Nunca sentei de verdade para te escrever. Sabe, é difícil escrever sobre uma pessoa que amei tanto. Você pode até achar démodé, ou eu entrarei sem aviso na sua vida novamente. Eu sou cliché e minha alma se arrasta pelas ruas onde você passa. Minha alma segue o rastro do teu cheiro pela cidade invadida de amor, carinho e compreensão. Minha alma é vazia quando não ouço o tom da sua voz. 
Ela vive na penumbra da noite contando as estrelas que restam no céu.

A gente foi feliz, eu sei. Você foi e é ainda aquele onde eu decoro poemas e escrevo calada ao lado de uma xícara de café quente. Teu riso sempre foi fácil, e também me fazia feliz do jeito mais rebelde que a felicidade poderia ser. Nós vivemos flutuando em um mundo paralelo onde o que mais importava era o amor – o nosso.

Ficamos irreconhecíveis quando nossos olhos se olhavam com frisson. Ninguém sabia ou reconheceria a gente na rua em um dia qualquer. Você era eu, eu era você. Nossos rostos, nossas cores, cheiros, sabores se misturavam de uma tal maneira que nossas almas não seriam mais as mesmas.


Ah, amor! Você me despertenceu, sorriu e seus olhos se encheram de lágrimas. Só para te avisar que homem não chora. O tempo, não fez nenhuma diferença, anos se passaram e parece que foi ontem, onde sua mão se soltou da minha e foi voar pelas ruas sozinho. Ah, amor, eu te reconheceria de costas com a sua camiseta verde claro como o mar- dizem que o mar é azul. Para mim sempre será verde. A tua voz grossa, o sotaque de algum lugar distante ainda pertence as minhas memórias.

Ah, amor! Os dias de verões sempre foram os meus preferidos, e todos eles, todo dia em algum momento você chegou na minha vida de um jeito que nem eu soube o que fazer. O amor é grande, enorme e cabe aos montes em um coração tão pequeno. Foram precipitações, ficou inacabado, aberto. Ah, amor! Surge de novo das profundezas desse sentimento gigante. Não sei quem é você novamente, e todos os seus gostos. Deixa-me apresentar essa sou eu- uma quase escritora vestida com os mais sinceros sentimentos. Irreconhecível? Talvez!

Texto publicado originalmente no Jornal: A Novidade.

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