Quem somos nós? Algum dia todo mundo já se fez essa
pergunta. Alguém por acaso já conseguiu uma resposta concreta sobre tal
questionamento. Não. Porém, tentamos a vida inteira sermos pessoas melhores. Podemos
nos intitular de uma maneira e se vê de uma forma totalmente diferente que as
outras pessoas estão acostumadas a nos ver. Na realidade pode ser cruel, pois os que lhe
rodeiam podem saber mais sobre sua personalidade do que você pensa.
Queremos sempre ser a pessoa mais legal do mundo, curtir um
rock dos anos oitenta, só comer comida saudável, gostar de vestir preto e ficar
admirando os quadros de Monet. Imaginamos que nosso gosto por cor, música, arte
e comida podem nos fazer diferente dos outros. Quase sempre isso nos confunde de muitas
maneiras. Queremos mostrar uma imagem legal para ser aceita em um mundo cada
vez mais maluco.
“Somos quem podemos ser”, já dizia a música. Mesmo nas dificuldades descobrimos nossa força
quanto às diversidades da vida. Isso depende muito do ponto de vista de cada
pessoa, das suas perspectivas e do modo que ela se comporta e enfrenta a vida. A gente é o que é. Sempre tentando justificar
nossos erros, por medo e também por nossa própria defesa. Pare de se preocupar
o que os outros irão pensar. Se precisar, extravase um pouco. Oras, erre e
deixe de bobagem. Que mal há nisso!
É clichê, mas dizem por aí que somos tudo que absorvemos do
mundo. Somos as experiências que tivemos, os sonhos que realizamos, as músicas
que escutamos, os livros que lemos, até as pessoas que conhecemos podem ter influência
no nosso modo de ser. Somos um emaranhado de coisas que levamos para a vida,
que a qualquer momento pode ser remexido, reinventado de todas as maneiras
possíveis e imagináveis.
Mas sabe de uma coisa: queremos ser notados, acolhidos,
amados e sentidos. Talvez esse seja o grande propósito de nossa existência.
De
alguma forma não queremos ser esquecidos, e, sim, lembrados por pessoas que
conviveram conosco, lembranças perdidas na infância, ou em algum momento
especial de nossas vidas. Por isso, não há diferença entre você e a moça do
café, somos todos iguais, somos apenas nós, tentando descobrir quem somos de
verdade.
Se alguém lhe perguntasse o que você gostaria de ser, qual
seria a sua resposta? Eu seria um livro de páginas amareladas em alguma
prateleira, esperando ser aberto e descoberto.
Publicado originalmente em 09/10/2015 em Jornal A Novidade.
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