sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Sentindo a música



Como o mundo seria um pouco melhor se todos nós escutássemos música boa, de qualidade, brasileira.  Paro e penso, quem sou eu para dizer o que é bom ou não. Para dizer que você deveria escutar, ou não.  Tantas vezes nos julgamos superiores as outras pessoas por gostar de tal estilo musical. Raramente ousamos a escutar outros estilos, às vezes por puro desconhecimento. Não vou dizer que vou amar funk, mas até me arriscaria ouvir um samba na voz marcante da Cássia Eller.   Música é música em qualquer lugar do mundo. Às vezes nos identificamos mais com a batida do rock, com a sonoridade que aquele estilo oferece, com a voz do vocalista, com as letras e isso nos retrata de uma certa forma o nosso gosto. A música nos invade de uma maneira avassaladora, nos deixa sem sentidos. Ela sensibiliza, e até nos transporta para lugares que nunca pensamos. 

Ela captura como uma câmera, e deixa exposto o que existe melhor em nós: A nossa essência, nossa loucura, e até a nossa identidade está sendo descoberta através de uma simples música que ouvimos.
Para ter uma ideia como a música tem um papel importante na nossa vida. As pessoas com deficiência auditiva conseguem ouvir a vibração da música. Como? Nunca ouviu falar:  Sinta a música. Então, é assim que as pessoas surdas conseguem ouvir música, sentindo a vibração. Li uma matéria sobre surdos que realizam raves para pessoas também surdas e fazem muito sucesso, as chamadas (“Deaf Raves”) Festas surdas em diferentes lugares do Reino Unido (e do mundo).  A música tem um significado muito maior para quem tem deficiência considerada grave. Por exemplo, existe até tenores autistas e por aí vai.  


A música tem o poder de transcender, ela afeta nossas emoções de uma maneira selvagem. Quem não anda consegue ter suingue em uma cadeira de rodas, os que não ouvem conseguem ouvir literalmente seus batimentos: o do coração. Aqueles que não falam: se expressam pelo corpo e os que não veem aguçam todos os seus sentidos. Alcançáveis e inalcançáveis. Quem dera todos nós tivéssemos esse poder de sentir. Reclamamos com a falta da música de qualidade, e esquecemos do nosso maior sentido, sentir a sonoridade mesmo que seja de uma maneira totalmente diferente. Algumas pessoas só queriam ouvir, andar, falar, ver. Porém, essas pessoas sentem a sua música do seu jeito, às vezes nem mesmo conseguindo sentir os sentidos que lhes faltam.

Beijos enormes! 

Texto publicado originalmente no Jornal: A Novidade em 18/09/2015

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