Como o mundo seria um pouco melhor se todos nós escutássemos
música boa, de qualidade, brasileira.
Paro e penso, quem sou eu para dizer o que é bom ou não. Para dizer que
você deveria escutar, ou não. Tantas vezes
nos julgamos superiores as outras pessoas por gostar de tal estilo musical. Raramente
ousamos a escutar outros estilos, às vezes por puro desconhecimento. Não vou
dizer que vou amar funk, mas até me arriscaria ouvir um samba na voz marcante
da Cássia Eller. Música é música em
qualquer lugar do mundo. Às vezes nos identificamos mais com a batida do rock,
com a sonoridade que aquele estilo oferece, com a voz do vocalista, com as
letras e isso nos retrata de uma certa forma o nosso gosto. A música nos invade
de uma maneira avassaladora, nos deixa sem sentidos. Ela sensibiliza, e até nos
transporta para lugares que nunca pensamos.
Ela captura como uma câmera, e deixa exposto o que existe
melhor em nós: A nossa essência, nossa loucura, e até a nossa identidade está
sendo descoberta através de uma simples música que ouvimos.
Para ter uma ideia como a música tem um papel importante na
nossa vida. As pessoas com deficiência auditiva conseguem ouvir a vibração da
música. Como? Nunca ouviu falar: Sinta a
música. Então, é assim que as pessoas surdas conseguem ouvir música, sentindo a
vibração. Li uma matéria sobre surdos que realizam raves para pessoas também surdas e fazem muito sucesso, as chamadas
(“Deaf Raves”) Festas surdas em diferentes lugares do Reino Unido (e do mundo).
A música tem um significado muito maior
para quem tem deficiência considerada grave. Por exemplo, existe até tenores autistas
e por aí vai.
A música tem o poder de transcender, ela afeta nossas
emoções de uma maneira selvagem. Quem não anda consegue ter suingue em uma
cadeira de rodas, os que não ouvem conseguem ouvir literalmente seus
batimentos: o do coração. Aqueles que não falam: se expressam pelo corpo e os
que não veem aguçam todos os seus sentidos. Alcançáveis e inalcançáveis. Quem
dera todos nós tivéssemos esse poder de sentir. Reclamamos com a falta da
música de qualidade, e esquecemos do nosso maior sentido, sentir a sonoridade
mesmo que seja de uma maneira totalmente diferente. Algumas pessoas só queriam
ouvir, andar, falar, ver. Porém, essas pessoas sentem a sua música do seu jeito,
às vezes nem mesmo conseguindo sentir os sentidos que lhes faltam.
Beijos enormes!
Beijos enormes!
Texto publicado originalmente no Jornal: A Novidade em 18/09/2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita. Volte sempre!