domingo, 23 de dezembro de 2012

Natal!

Oiii gente!

Aqui estou eu novamente, escrevendo algo para meus leitores. Queria algo que tivesse algum significado, pois o Natal está aí. Escrevi vários textos e nenhum prestou, deletei com a tecla  Delete do computador. Como seria bom se tivéssemos  essa tecla em nossa vida e deletássemos as coisas ruins que aparecem. Mas as coisas não são tão simples assim. Que bom! Aprender com as nossas falhas, erros é um das coisas melhores da vida. Nada é perfeito, muito menos nós seres humanos, que estamos aqui por algum motivo. Bom, só tenho agradecer tudo que aconteceu até hoje. Existe uma linha invisível entre as duas Tuigues, antes e após o blog. O blog me deu muitas coisas boas, amigos virtuais e reais, pessoas que eu ajudei de alguma forma,  e pessoas que também me ajudaram a reconhecer nas minhas dificuldades, que mesmo sentada eu posso muitas coisas. Ah, até meu boyfriend encontrei através do blog. (risos) Pensam comigo, se esse espaço não existisse, talvez  ele nunca teria me encontrado. É a vida acontecendo, da sua forma maluca, por linhas tortas, mas tudo que é seu vem a seu encontro. E não falo só de amor, mas das coisas importantes da vida. Esse diário tem me ajudado muito a entender as minhas dificuldades, as minhas maluquices, pois todo mundo tem um pouco de louco. Aprendi que não importa o que os outros pensem, que apesar do tempo passar rápido demais, o importante é ser você.  Preconceito, inacessibilidade sempre existirão na vida de um cadeirante. Então, passe por cima dessas coisas pequenas e lute por o que você acredita.  Desejo a todos um Feliz Natal, que estejamos juntos das pessoas que amamos, pois o mais importante nessa vida é a família, independente das escolhas que você faça, ela sempre estará ao seu lado, por  isso valorize quem está sempre com você. Que haja muitos abraços, emoções e sentimentos, que o espírito do Natal tome conta da gente.

Feliz Natal! 

Beijo grande dessa blogueira maluca.

Tuigue

sábado, 15 de dezembro de 2012

Viva o Cloridrato de Tansulosina!

Parte 2


Hoje, eu estou aqui para compartilhar com vocês uma informação. Então, vamos aos fatos.  Alguns meses atrás recebi um e-mail de uma pessoa falando que ela também faz uso desse remédio, o Cloridrato de Tansulosina. Por ser um remédio um pouco caro ele manipula, falou que o efeito é o mesmo.  Como vou ter que tomar esse remédio para o resto da minha vida, para não correr o risco de fazer xixi nas calças (risos). Mandei manipular trinta comprimidos de 0,4 mg, que a lesada toma uma vez por dia. Fiz o teste dos trinta dias e não teve nenhuma alteração. Vou escrever para vocês que o preço é bem mais em conta, já que tudo que é pra cadeirante o valor é cada vez mais absurdo. E pra quem sempre sobra mês no salário é bom economizar.  Já aproveitando esse assunto, o mês de outubro aconteceu várias coisas comigo e uma delas foi a infecção urinária, tive que ir ao Urologista, fazer exames e ultrassom do aparelho urinário e sangue. E no resultado da ultrassom teve uma alteração, o médico falou que esvaziei pouco a bexiga, pra isso vou ter que controlar meu xixi por seis dias. Três dias com o remédio normal e três com o manipulado. Anotar horários e ml de xixi. Quando ele falou isso, eu não pude gente, comecei a rir, (logo eu que nem gosto de rir né?) Então, ele falou que eu tinha que fazer e pronto, pra ver se o resultado vai ser satisfatório. Depois conto aqui o resultado para vocês! Por hoje é isso. 


Pra quem quiser ler o outro post sobre esse remédio, está aqui.

Beijo grande! 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Neuras????



Atire a primeira pedra quem nunca teve alguma Neura na vida, seja por uma parte do seu corpo, aquela prova de matemática difícil ou até mesmo uma espinha na testa. Bom, nós seres humanos temos a mania de aumentar os problemas que esbarram em nossas vidas. Assim, ficamos com aquilo na cabeça, persistindo e não há quem tire o pensamento da dificuldade que vamos encontrar lá na frente.  Ser cadeirante não é uma coisa fácil, claro, quem imaginaria que aos longos dos meus 30 anos estaria aqui sentada em uma cadeira de rodas vermelha, top, por favor! Vocês estão cansados de saber que não sou de arrastar correntes por um problema que atravesse meu caminho, mas vou confessar que às vezes eu tenho umas neuras. Mas, respiro fundo, conto, um, dois, três e tento tirar isso da cabeça o mais rápido possível. Claro, que como qualquer pessoa temos dificuldades, momentos tristes, alegres e por aí vai, não é por estar numa cadeira de rodas, que vamos ser diferentes não é mesmo? E se for mulher então?  Complicamos ao quadrado. Algumas têm dificuldades de aceitar o próprio corpo depois da lesão medular, não usam shorts, saia que apareçam as pernas tortas e magras. Sabe-se que quem é cadeirante com o tempo vai perdendo a musculatura das pernas, braços e por aí vai. E você vai se importar com suas pernas fininhas? Até as pernas fininhas e molinhas tem seu charme. (risos) São muitos os problemas que os cadeirantes enfrentam, mas vamos fazer um trato! Nada de ‘“Neuras” por enquanto, nada de que não posso e não sei. Com a vida aprendemos muito e eu sempre digo que ser cadeirante é uma escola, onde as matérias são as mais diversas e improváveis possíveis, só sentindo na pele para aprender e passar de ano nessa escola da vida. Cada dia você aprende consigo mesmo e com as outras pessoas que, além das rodas existem uma pessoa em cima da cadeira, com defeitos, qualidades, (mais defeito que qualidades, está bem, sem "Neuras"), que ama , chora, ri, sente como qualquer pessoa. Nada de extraterrestre ou aqueles seres verdes de outro planeta por razão de uma cadeira de rodas tão inofensiva. Não sei porque as pessoas têm o costume de nos taxar como heróis, que superamos qualquer obstáculos. É tudo é uma questão de adaptar-se ao meio que vivemos. Além de todos os problemas que nos afrontam todo dia, dá de levar uma vida legal, apesar das rampas mau feitas, escadas, banheiros não acessíveis, preconceito, temos que ser nós mesmos, sem pensar no que o outro vai falar, vai pensar de mim e etc. Só precisamos de muita força nos braços e paciência com as perguntas bestas que aparecem. Como fala o Tio Lica: "Tudo na vida é passageiro, menos o cobrador e o motorista". (risos) A vida de cadeirante tem o seu lado cômico, isso eu tenho certeza, porque cada sem noção que aparece, que precisamos de uma dose muito grande de humor escrachado.
Uma vida sem neuras, ok? Vamos tentar? 

Beijos Cadeirantes!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Uma postagem qualquer!


Fecho os olhos e por incrível que pareça não me lembro do momento em que  andei de verdade, sabe essas coisas que ficam na memória da gente. Lembranças que um dia se apaga, ou você não quer ver como realmente era. É difícil, complicado, mas, parar e pensar em tudo que enfrentei, meus medos, desejos, alegrias e tristezas. Ver que ao final de todos esses sentimentos, essas ondas que vem e voltam de uma maneira muito rápida. Eu estou aqui, feliz de um jeito qualquer, eu me reinventei, ou qualquer coisa parecida. (risos)  Obstáculos? Bom, ser ou não cadeirante não impede que você os tenha, isso é uma questão de perspectiva. Mas os obstáculos físicos são muito maiores do que qualquer outro, e quando se anda em uma cadeira de rodas, então nem se fala!  Sabe, que antes de estar sentada na minha cadeira de rodas eu não imaginava como a minha cidade é tão inacessível. Na primeira esquina os obstáculos já aparecem, é assim em qualquer esquina de qualquer cidade, mas de outro lado, as coisas estão melhorando, já estiveram bem pior. (Melhor ver pelo lado bom né?). Saber conduzir a vida para o lado bom existe um pouco de sabedoria e felicidade dentro da gente, ser feliz com você mesmo, sei que quando se anda em uma cadeira de rodas as coisas não são tão fáceis o quanto parece. Muito "kit tragédia" nos seguindo. (risos). O que importa mesmo é seguir a vida e buscar seus sonhos e em consequência disso a realização. Não importa o quanto custe ou demore, o importante é ser você mesmo, sem amarras ou tragédia. (Eu sei que hoje eu estou engraçadinha). Não importa de onde você parou, ou o que deixou para trás. Não fique remoendo o passado, aproveite o presente que o futuro sempre guarda grandes e bons momentos. Essa é a vida, surpresas sempre haverá. Alguns Cadeirantes têm o hábito de falar "Rodas pra que te quero". Como sempre fui o avesso, eu digo: Rodas eu te quero, te quero enquanto puder impulsionar o aro, te quero enquanto puder passar por muitos obstáculos, te quero, para assim impulsionar minha vida. Porque cadeirando a vida, descobre-se que apesar de nossas limitações e todos os obstáculos físicos existentes, somos felizes do nosso jeito, meio torto, redondo como a roda, o que importa? A vida é essa e pronto, sempre existirá uma reticência para você acrescentar algo mais. Não quero me calar com essas palavras, na verdade, onde eu me expresso da melhor forma, não sei falar do que não me interessa. Só sei que apesar de tudo isso, continuo!

Beijo Grande! 

Ho ho, o Natal já tá aí! 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Recomeçar!


Depois de 27 meses sentada nessa cadeira algumas coisas mudaram, algumas para melhor, outras para pior. A pior parte é a limitação que meu corpo se propôs a ficar. E não vou mentir para vocês, eu não sou muito adepta a fisioterapia, mas tem uma hora que você tem que escolher não é mesmo? Então, mesmo lesada e odiando a fisioterapia eu decidi recomeçar, como se fosse uma academia, já que sou sedentária não por opção e sim por obrigação. Como todo mundo precisamos nos movimentar, ter uma alimentação equilibrada, não somos diferentes dos demais é só uma questão de visão. No fundo está sendo até legal, quero ganhar mais equilíbrio de tronco, forças nos braços e em consequência força nas pernas também, meu objetivo é conseguir desmontar e montar a cadeira de rodas,  para que a lesada aqui possa se virar sozinha na hora de tirar a cadeira do carro, sei que tenho um longo e árduo caminho. Sei que é um pouco complicado, porque eu não tenho muito tamanho e cadeira não é nada proporcional ao meu tamanho. (risos) Mas, se você quer mesmo alguma coisa, não importa os sacrifícios que tenha que fazer  e o tempo que demore, o importante é chegar lá. Estou até surpreendida comigo mesma, estou levando a sério os exercícios e também as repetições em casa. Quanto mais repetir os exercícios mais rápido vou conseguir força nos braços que é meu objetivo. Umas das coisas mais chatinhas da fisioterapia são as dores, mas são suportáveis, dores nos ombros estão sendo constantes, entretanto é só o começo, ainda estou no meio quilo. (risos) Porém é importante manter uma atividade física, seja ela qual for, o melhor de tudo é sentir-se bem. E a melhor coisa é recomeçar, não importa de onde você parou, reconstituir novos objetivos e dar um ânimo a mais na vida é sempre ótimo.

Beijos Muletantes!

domingo, 7 de outubro de 2012

A Monstra!

     Essa semana ela surgiu mais uma vez na minha vida, sem fazer algum barulho, de repente eu me senti frágil, debilitada e como ela tomou conta do meu corpo de uma forma que quando eu menos esperei,  não acreditei que ela estivesse aparecido novamente como uma sombra. Depois dessa reclamação toda, a infecção urinária veio sem pedir licença. Como vocês sabem, eu não uso sonda, mas meu xixi é contado, regulado, sei mais ou menos como minha urina se comporta, eu sei que todos meus leitores devem estar imaginando que eu sou louca. Mas vida de lesada é assim mesmo, tudo programado, orientado, remédios, é um saco! Às vezes você cansa de tanta tralha, tanto remédio, você leva consigo um kit que jamais queria ter herdado de forma alguma.  A vida tem dessas surpresas um tanto incômodas que tenho que acostumar a lidar com cada uma delas. Mas voltando ao assunto, como eu sei exatamente como é meu xixi, cheiro, cor, volume, domingo ele começou a mudar, mas não dei muita importância, entretanto na quarta-feira a coisa piorou de tal maneira. De hora em hora estava eu lá no banheiro esvaziando a bexiga, isso quando não escapava na roupa. (risos). O cheiro também mudou e em consequência disso a cor também. Dor eu não senti, mas os sintomas estavam em evidência, só poderia ser a tal. A noite foi pior, não conseguia dormir direito, de hora em hora tinha que acordar, pra ir ao banheiro. Depois de mais de 36 meses sem a sombra da monstra, ela tomou conta, então sexta-feira comecei a tomar o antibiótico recomendado, não aguentava mais tanto xixi na minha vida. (risos) Depois de algumas horas que eu tomei a primeira dose, senti um alívio imenso. Como a gente não dar valor para as pequenas coisas, o ato de fazer xixi tranquila, mesmo com o remédio que tenho que tomar pra controlar a minha incontinência, isso sim que importa nessa minha vidinha de lesada. Na verdade nessa vida de cadeirante tudo é uma forma de adaptação, adaptar-se para que sua vida seja mais normal possível, claro que ser diferente da maioria das pessoas não te torna pior, ou melhor, que as outras pessoas, como sempre digo: todo mundo é igual, só a forma de andar que nos torna um pouco diferente. Mas a vida é essa, com ou sem sonda e monstras importunas, o importante é seguir em frente. 

Beijos Cadeirantes!

domingo, 23 de setembro de 2012

Deficiência e histórias.



     A minha deficiência é uma forma rara, que até hoje nesse mundo cibernético, onde as pessoas se encontram, nunca encontrei uma pessoa sequer com a minha doença. Para ter uma noção ela não tem nenhuma denominação, nome. Mas, mesmo assim vou dá uma explicada básica do que se trata, quem sabe alguém lê e se identifica. Eu gostaria de encontrar alguém com a mesma deficiência, quem sabe para trocar informações, ideias, ou até mesmo dificuldades. Imagina então, no começo dos anos 80 quando nasci e meus pais receberam o diagnóstico que receberiam um bebê com uma doença desconhecida até então. Depois do meu nascimento fui direto para a UTI, os médicos não sabiam o que acontecia comigo, minha mãe já tinha escolhido meu nome, ninguém se conformava com o mesmo, como nasci doente ela resolveu colocar, não saberia se eu iria durar muito. (risos) Depois de muita pesquisa, muitos exames, vivi praticamente três anos e meio dentro de hospitais, médicos, até fui diagnosticada com problema no coração, depois de um tempo fui liberada. Então, chegou uma hora que descobriram que minha doença é rara. Eu sofro de má formação arteriovenosa com paraparesia progressiva, bonito o nome né? Então você pergunta o que é isso? É um distúrbio congênito dos vasos sanguíneos, causando passagem anormal de sangue entre artéria e veia. Não se conhece sua causa. As malformações arteriovenosas variam muito de pessoa para pessoa.  As lesões também variam, desde as muito volumosas envolvendo muitos vasos sanguíneos, até as lesões tão pequenas que dificultam sua identificação nos exames. As malformações extensas podem envolver um fluxo sanguíneo suficiente para estressar a capacidade de bombeamento do coração.  Normalmente os sintomas se manifestam somente quando ocorrem complicações. Em muitos casos esses sintomas se relacionam a um sangramento dos vasos anormais, que são quase sempre frágeis, e não possuem a estrutura normal de suporte das artérias e veias. A minha é um dos casos mais leves, mas ela tem uma agravante que é a paraparesia progressiva.  Na época, os médicos pesquisaram e chegaram à conclusão, que existia meia dúzia de casos no mundo todo como o meu.  Então, com três anos e meio eu comecei a andar e os hospitais sempre fez parte da minha vida, até hoje. Depois que eu fui alfabetizada, eu adorava ir ao médico com minha mãe, eu sempre precisava soletrar meu nome para as secretárias e achava isso o máximo! (risos)
  Eles ficavam espantados como tive coordenação motora e outros avanços que essa doença não estabelecia em outros casos. Até hoje, ficam abismados como consegui andar, isso sem contar que quase fiquei sem as minhas fininhas e queridas pernas por fazer três arteriografias seguidas, um exame bastante evasivo, fiquei uma noite inteira sem circulação nas pernas, então colocavam bolsas de gelo e infravermelho, até que chegou uma hora que a circulação voltou. Alguns anos atrás,  ainda caminhava com as minhas muletas, e fiz um exame, chamado "Ressonância Magnética", depois do resultado do mesmo os médicos não acreditaram naquele diagnóstico e receitou outra em menos de um mês. Pra eles aquilo era fora dos padrões, como eu poderia estar ali em pé, se a minha coluna não respeitava as regras que o meu corpo apresentava. Eu sinceramente não sei por que isso aconteceu, mas quem sabe o que isso significa. O importante que apesar de todas as dificuldades que eu passei que não foram poucas, eu estou bem psicologicamente, (pouco maluca às vezes, mas faz parte do show) e também meu corpo ainda apresenta bastante movimento, me viro bem em qualquer movimento que eu faço. Subir escadas é complicado, mas tirando esse detalhe, tudo está em perfeita ordem. Nesse mundo de deficiências sempre existe pessoas em melhor ou pior situação.  Uma dica que aprendi nesses doze anos de muletante e agora cadeirante, sempre consiga adaptar-se ao seu modo de vida, chore quando for preciso, porque às vezes temos que colocar as angústias pra fora. Mas nunca se esqueça que a vida é maior que qualquer par de pernas inertes.  E sempre haverá surpresas no amanhã!

Beijos cadeirantes! :)

domingo, 16 de setembro de 2012

Roupa confortável.

Calça Saruel Feminina

Depois de algum tempo sentada em uma cadeira de rodas, percebi que não é toda roupa que se adapta a minha situação de estar sentada. Mas, com o tempo admiti que algumas mudanças fossem necessárias para meu conforto. Como por exemplo, quando vou me transferir de um lugar para a cadeira de rodas e vice-versa, e estou usando uma calça apertada, a cintura fica doendo e é um incomodo muito grande. Mas, para a minha alegria e do resto da nação de lesados medulares existem algumas opções no mercado que eu fiz a substituição.

* Trocar calças jeans grossas por jeans mais finos e um número maior que uso.
* Um coringa é a calça saruel feminina, ela é feita de tecido fino e a cintura tem um elástico que se adapta ao corpo. (Acho-a muita estranha, mas como estou sentada mesmo, não faz diferença.)
* Outra coisa são as peças debaixo, calcinha mais molinhas, a "TRIFIL" tem um kit com três calcinhas sem costura muito boas, que não fico sem, calcinhas que são fáceis de tirar na hora do aperto. (Em quaisquer Lojas Americanas você encontra)
*Uma dica para as mulheres cadeirantes também são os vestidos, são mais adaptáveis ao nosso corpo. Como eu não sou muito fã dessa peça, mas mesmo assim fica a dica.
* Outra dica é a calça jeans de grávida, quem tem dificuldades em tirar a roupa sentada da cadeira ela proporciona uma rapidez com mais eficácia, pois a cintura tem um elástico.

Outra coisa que custo para encontrar é o tal do biquíni, eu sempre compro um número maior, assim a parte de baixo fica mais comportada.
Essas são as necessidades básicas na vida de um cadeirante, na hora de se vestir. Espero ter ajudado de alguma forma com as minhas experiências "Cadeirantísticas" nessa minha vida de lesada.

Beijos Cadeirantes.

sábado, 8 de setembro de 2012

A Cadeira de banho!

Quem me acompanha aqui no blog, sabe que em dezembro de 2011, a lesada aqui participou de um concurso e ganhou uma cadeira de banho. Então, a cadeira chegou faz algum tempo, e estou devendo um post aqui para meus queridos leitores. Em primeiro lugar, a cadeira é magnífica, ela tem um design muito bonito em se tratando de uma cadeira de banho para quem está acostumada com aqueles monstros da era pré histórica. Outro ponto positivo na cadeira é que ela é desmontável, assim podendo transportar para qualquer lugar, um detalhe é que terei que levar uma chave de fenda junto.(haha) Sua altura é regulável como as muletas, podendo assim colocar o tamanho mais propício para o seu conforto, ela também é bem leve, fácil de carregar. Só uma coisa que não achei muito inteligente nessa cadeira, a base dos pés são feitos de borracha como as muletas, quando quero mudar de lugar e estou sentada na cadeira fica um pouco difícil, porém nada que dois braços não consigam arrastar. (risos)
Independente da cadeira de banho que você escolher, o importante é se sentir confortável e segura quando estiver usando a mesma.
Só uma curiosidade, que não poderei deixar escapar: Esses dias, estava conversando sobre banho, então, eu falei da cadeira de banho, então a pessoa me perguntou se eu tomava banho sentada. Adivinha  qual foi a minha resposta? (risos)  Não, imagina, eu tomo banho em pé, e durante o dia  ando na cadeira de rodas para me divertir. Claro que não respondi desse jeito, mas que deu vontade, isso deu.

Beijos muletantes!:)

domingo, 22 de julho de 2012

A mídia também é inclusiva!

Bom, nesses 12 anos de muletas e cadeira posso lhes garantir que a vida de nós, cadeirantes e com alguma mobilidade reduzida tem melhorado significadamente. Claro com passos pequenos, mas temos conquistado muitas coisas. As pessoas não apresentam tanta estranheza quando você passa na sua rua ou em qualquer outro lugar, elas já estão aprendendo a lidar com as diferenças e acredito que isso seja um ponto positivo nessa mudança que está acontecendo.  A mídia é um dos contribuintes para isso, sei que muitos abominam essas novelas que fazem cadeirantes andarem em tempo relâmpagos como se tomassem um copo de Milk shake com células- tronco e por um milagre os movimentos das pernas voltassem de uma hora para outra. As  pesquisas estão andando, entretanto se prender a curas milagrosas não faz parte das nossas vidas, acredito que as células-tronco possam melhorar a vida de pessoas com algumas doenças, mas para chegar a andar, isso já é outra história. Reconheço que a mídia tem ajudado a mistificar alguns pré-conceitos formados pelas pessoas, por falta de conhecimento do assunto. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que cadeirante era um ser assexuado (sem libido e desculpe-me a palavra, tesão). Ninguém imaginaria que um cadeirante pudesse dirigir, trabalhar, estudar, namorar, ter uma família e cuidar de uma casa. A figura do cadeirante sempre foi de uma pessoa doente e incapaz, como se perdesse com os movimentos das pernas a capacidade de lutar por uma vida melhor. Esse conceito hoje está fora de cogitação, porém ainda existem alguns casos de pessoas que não aceitam a sua forma atual de cadeirante e muito menos sair pelas ruas.  Bom, não estou aqui para julgar as decisões de quem quer que seja, mas acredito que a inclusão também é você quem faz.  Se você deseja rampas, banheiros e etc, ficando em casa é que você não vai mudar a sua cidade. Como todo cidadão, desejamos o direito de ir e vir e temos que fazer para acontecer. A mídia também pode fazer a diferença em se tratando de assuntos polêmicos, acredito que toda forma de expressão tentando ampliar o conhecimento para pessoas que não conhecem determinado assunto, ajuda a tornar um país mais justo e inclusivo. Que as pessoas não sejam tratadas com diferenças, que sejam respeitadas do jeito que elas se encontram, independente da sua condição,  seja ela física, intelectual, visual ou qualquer outra forma diferente. Como diz a propaganda: “Não estou sozinho, nós invisíveis somos muitos, é fácil enxergar os invisíveis, é só olhar.” Estamos em qualquer lugar e de repente a mídia contribuiu para que as pessoas se tornem cada vez mais capazes e integradas, que a mudança num país não depende só dos governantes, a mudança somos nós que fazemos. Acredite nisso e viva! A vida é uma luta constante, onde temos que aprender todo dia como viver. 

Beijos cadeirantes! 

domingo, 8 de julho de 2012

Uma frase!



Uma frase para refletirmos!


Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim. (Chico Xavier)


Eu sei que estou ausente nesse mísero blog, mas prometo que essa semana voltarei com uma postagem "Bacanuda".


Um ótimo começo de semana.
Beijos cadeirantes!

domingo, 24 de junho de 2012

Aconteceu!


     Alguns dias atrás aconteceu algo muito chato comigo, quando eu fiz o blog minha pretensão nunca foi virar uma celebridade, pelo contrário aqui é só um diário virtual onde desabafo em forma de palavras as minhas dúvidas, angústias e alegrias. E com o blog também posto algumas fotos que automaticamente as mesmas vão parar no Google. No começo dessa semana vi uma montagem de uma foto minha, que não acreditei. Como as pessoas são maldosas e preconceituosas. Não sei qual o sentimento que me veio primeiro, raiva ou pena.
     Na foto que  postaram em uma comunidade do facebook, estava eu na cadeira de rodas de costas, e como vocês sabem no encosto da minha cadeira tem um adesivo de uma borboleta de asas abertas que significa "Liberdade", então fizeram uma montagem nessa parte da cadeira, colocaram a seguinte frase: "Foi Deus quem deu".  Direcionaram a frase a deficiência. A deficiência não é castigo, acho que todos que nascem ou adquiriram a mesma durante a vida é uma forma mais humana de aprender o que realmente importa. Será que a vida se resume a duas pernas, você pode ter dificuldades para caminhar, correr, pular, porém sua caminhada será um pouco mais questionada, instigada do que o resto das pessoas.  E quem nunca teve alguma limitação em algum momento da vida, são apenas duas pernas, a vida de um ser humano não se restringe só aos movimentos, a vida vai, além disso.
      Existem muitas coisas mais importantes, como o caráter, a emoção,  a alegria, e claro o amor. Coisas simples e pequenas que infelizmente quase não existem mais. Hoje em dia muitas pessoas estão em déficit desses sentimentos, todo mundo olha pro seu umbigo e seu mundo  se limita ao seu mundinho pequeno. O seu olhar não se expande para olhar o outro, o próximo. A vida anda muito lenta de sentimentos, afeição e também uma palavra quase em extinção "Elegância". Não estou falando de  elegância no vestir, de roupa de grife, mas sim como se comportar. E é algo que vai além de como saber usar os talheres a mesa. Essa elegância que em algumas pessoas é notória, pois elas elogiam mais do que criticam, nas que escutam mais do que falam e quando falam passam longe de fofocas. Nas que tratam em igual todo ou qualquer pessoa como garçom, frentista, faxineira. Isso que falta nesse Mundo. A elegância que adquirimos durante a vida, que praticamos quando respeitamos o próximo por sua diferença.
     O que aconteceu comigo foi só um fato de pessoas maldosas e preconceituosas que acima de tudo não valorizam as coisas simples da vida e o mais importante não respeitam ao próximo, então concluo que elas muito menos têm respeito por si próprias.
     A deficiência é um caso a parte e ninguém está escape, não podemos prever o futuro.   Na realidade eu não sei o que essas pessoas ganham  fazendo isso. Eu sei que nesse país não é fácil ter uma limitação, mas tudo tem uma razão, nisso eu acredito plenamente. E posso dizer que eu não sou a única vítima nesse mundo virtual, onde a violência está cada dia mais atuante. Você não pode ser um pouco diferente dos padrões que infelizmente o preconceito por ser diferente já está gritando  na sua cara, que é um absurdo. O respeito entre o diferente seria a prioridade em se tratando de Educação. Porque uma criança nunca vai ser preconceituosa, a educação está dentro de casa, por isso seria válido trabalharmos esse anti preconceito desde criança. Mas infelizmente as pessoas têm maneiras diferentes de pensar e respeitar o outro. Diferenças existem, instigam e até perturbam. Mas o diferente é você saber enfrentar as situações adversas.  Sei que não posso mudar o mundo, mas eu fiz a minha parte, denunciei. 
    Saber viver é só um jeito de lidar com as situações que aparecem no dia a dia.  Lembre-se sempre, ninguém é perfeito, todos nós temos defeitos e temos que saber respeitar os “defeitos” das outras pessoas.

Beijos Muletantes!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Sempre Amor!




     O Dia dos Namorados chegou e com ele resolvi escrever um pouco sobre namorados e deficiência, eis um assunto bem polêmico. Relações são complicadas sozinhas e as pessoas complicam as situações elevadas ao quadrado. Imagina em se tratando em uma relação onde encontra alguém com alguma limitação, deficiência. Muitas pessoas ainda têm ideias retrogradas sobre esse assunto. Imaginam e inventam maneiras e desculpas porque aquele casal ainda está naquela relação. Algumas dessas desculpas chegam a ser levianas para não escrever uma palavra mais dura.  A piedade e o dinheiro é um desses agravantes, que eu acho um absurdo.
     Será que nunca passou pela cabeça dessas pessoas que se aquele casal resolveu estar junto, eles não se importam nem um pouco com a deficiência e até fazem bom proveito da mesma. Pode até parecer piegas, mas o amor é igual pra todo mundo, não há regras nesses casos, cadeirante, cego, muletante, surdo, magro, gordo, alto, baixo não há ninguém que resista aos encantos do amor.  Eu sei que algumas pessoas são resistentes nesses assuntos, mais há uma ressalva, ninguém nasceu para viver sozinho e precisamos vivenciar essas experiências. Sei que quando se trata  de  pessoas com deficiência, a super proteção da família prejudica, porém em outros casos é o combustível para alimentar os sabores e dissabores da vida. Porque felizmente não estamos tratando de “Bibelôs” e sim de seres humanos com sentimentos,  como qualquer pessoa o sofrimento e a decepção podem acontecer que eu acho isso muito válido, pois as experiências passadas que irão nos fazer crescer afetivamente na vida.
      Temos que nos acostumar que a deficiência é um caso à parte, somos pessoas comuns que estamos vivendo a vida, claro que dentro das nossas limitações. Temos família, emprego, estudamos, dirigimos e estamos aí, seguindo nossas vidas. Nós seres humanos nascemos com uma convicção. Desde pequenos somos alienados ao encontro do parceiro (a) perfeito, mas acredito que o perfeito simplesmente não existe, nem pessoa certa. Existem pessoas que se completam com as suas imperfeições, diferenças, sejam elas físicas ou outra qualquer.  Já pensou um casal perfeito sem defeitos nenhum, na verdade não seriam humanos e sim bonecos treinados. A graça, o encanto do amor e da paixão está nas diferenças que existem entre as pessoas..
       Amor, carinho e respeito é um trio que funciona muito bem em se tratando de relações.  Seja feliz com o que você tem e não fique se martirizando com seu corpo ou escolha. A vida é só uma, então,  aproveite o que você tem e diga o quanto  ama, não deixe de expressar seus sentimentos. O importante é amar, a forma pouco importa. Ai, eu estou tão romântica!!! Haha

Beijo grande!!!

Feliz Dia Dos Namorados!!!

sábado, 26 de maio de 2012

50.000 acessos!


     Há mais de dois anos criei esse blog na tentativa de me redescobrir, acho que todo ser humano passa por uma fase de descoberta. Eu, muletante, com as minhas muletas cor de rosas que apoiaram as minhas pernas durante quase dez anos, agora passava por um momento de transição de muletante para cadeirante. Foi e sempre será um momento marcante em minha vida. É difícil explicar a complicação, dúvidas, anseios, medos e dissabores que passaram pela minha mente. De repente o chão parece que está se movendo para um lugar que você nunca imaginou. Você se torna frágil e relevante, não sabe se fica com as muletas em pé sofrendo toda aquela dor ou senta de uma vez em um a cadeira de rodas.  Você não é capaz de forjar nada daquilo que pensou um dia. Uma decisão árdua, mas que depois você olha para trás e sente orgulho de tudo o que passou e a forma que você superou todos os seus medos e angústias, que um dia estava ao seu lado. Agora, já não é mais aquela menina com inseguranças e todas aquelas fantasias que nós mulheres temos a tendência de fantasiar. 
      Nunca  imaginei na possibilidade desse espaço tomar tamanha proporção. 50.000 acessos, puxa! Nunca imaginei mesmo. É muito gratificante saber que de alguma forma minhas palavras chegaram em algum lugar e tocaram alguém ou ajudaram em algum momento complicado de suas vidas. Tudo na vida tem um sentido, um destino! O blog foi um dos melhores presentes da minha vida!!!
       Uma das coisas que aprendi depois que sou cadeirante é que a vida nos ensina muito e cabe a nós escolhermos o melhor caminho, sem espinhos e arranhões. Posso dizer que eu cresci (não na altura, pois isso seria demais, rs), mas cresci como pessoa, evoluindo na vida tanto sentimental como qualquer outro campo.

      O blog nunca foi uma forma pretensiosa, só o fiz para escrever tudo que eu penso, mas vou lhe confessar uma coisa: Nunca fui boa com as palavras, porém quando releio o primeiro post até o último, percebo que há uma grande diferença entre essa transição. Percebo como cresci também com as palavras, isso me torna cada vez mais segura em escrever minhas experiências como uma cadeirante ou até relembrar momentos como muletante. Eu nunca pensei que um dia iria falar isso, entretanto sinto saudades do tempo que andava com as minhas muletas cor de rosa, claro que é só um momento nostálgico. Agora é focar na realidade de cadeirante.
      A vida é uma linha tênue, por isso aproveite cada momento que temos oportunidade para evoluir e crescer, cada momento é delicado, porém também pode ser transbordante, não desperdice nem um minuto se quer...
       Posso dizer que o blog deu-me alguns momentos de felicidade e também de sorte. Conheci muitas pessoas nesse espaço chamado blog esfera, pessoas que me ajudaram de alguma forma e também pessoas que eu ajudei. Essa troca de informações, dores, vidas, cadeiras, rodas entre tantas coisas fazem de nós pessoas em comum. Não só cadeirantes, mas também andantes, procurando nesse mundo algo para fazer sentido, mudar um pouco, tirar da rotina esse Brasil tão preconceituoso, não só com as pessoas que por alguma razão são deficientes. Há um preconceito absurdo com negros, velhos, magros, gordos. Você não pode ser diferente da moça que está na revista de moda, que já é taxada fora dos padrões de uma sociedade hipócrita. Mas com certeza passamos por cima desses conceitos que não fazem parte das nossas vidas, futilidades alarmantes de pessoas que verdadeiramente não vivenciam e nem procuram saber como é a vida em cima de uma cadeira. Com certeza não é nada diferente da sua vida, pessoas comuns que estão lutando dia a dia como qualquer outra, atrás de uma vida mais digna. Apenas isso!
        Eu li em algum livro, que dizia mais ou menos assim: “Talvez todos devemos parar de tentar retribuir às pessoas deste mundo que apoiam nossas vidas. No final das contas, seja mais sábio se render à milagrosa abrangência da generosidade humana e simplesmente dizer muito obrigada para sempre e com sinceridade, enquanto tivermos voz.”

Eu repito MUITO OBRIGADA! 


Beijos enormes!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Dirigindo

     Uma das coisas mais legais que  aprendi depois que me tornei uma cadeirante foi dirigir. Bom, isso parece estranho, mas só aprendi a dirigir depois que perdi os movimentos nas pernas.  Mas nunca é tarde quando realmente se quer alguma coisa, quando se sonha e claro realiza-se o sonho.
     Como aqui tudo tem uma tendência própria à dificuldade, imagina o abismo que me meti sendo cadeirante e agora motorista. Não posso dizer que eu tive facilidade em aprender dirigir.  Imagina você sentar pela primeira vez diante do volante e ver aquele monte de acessórios que vai ter que aprender a lidar, freio, acelerador, seta, guiar o volante e tudo com apenas duas mãos.  Como qualquer pessoa nesse planeta tenho as minhas dificuldades, e claro que fácil não é.
     Todo cadeirante quando vem ao mundo já traz agregado o espírito de luta e coragem, pois ser cadeirante não é uma tarefa fácil para qualquer pessoa, os obstáculos vão aparecer em sua frente todo dia, qualquer hora, temos que ter a coragem de ultrapassá-los dia a dia. Com a coragem que eu não sei de onde tirei e o treinamento cheguei lá.  Com responsabilidade e respeito ao trânsito hoje sou uma motorista.
         Depois de quase seis meses de burocracia (Receita Federal, Receita Estadual e Concessionária) meu carro finalmente chegou. 
        Agora esse tal de preconceito é um dos dissabores que a vida nos dá, mas temos que aprender a dar a volta por cima. Como a palavra mesmo diz é um pré-Conceito do que você não conhece. E também tudo que é fora do comum desperta nas pessoas uma curiosidade, e claro que comigo não seria diferente. As perguntas surgiram de muitas formas e maneiras, mas penso que é um jeito de conhecer quem está sentado (a) na cadeira de rodas. E assim mudar a opinião. Como dizem por aí: É conversando que a gente se entende.
        Como você vai dirigir? Você consegue? Foram as perguntas mais frequentes que eu escutei na minha vida durante as minhas aulas de volante. As perspectivas das pessoas são um caso à parte. O importante é ser o que você é, e ser uma motorista é muito bom. É uma sensação indescritível, poder pegar seu carro e sair por ai, te dá uma sensação de liberdade que a cadeira e as muletas não me deram em nenhum momento da minha vida.  Agora só falta aprender a montar e desmontar a cadeira, outra coisa que tenho que criar coragem! E com o tempo vou dirigindo cada vez melhor. 
    Para vocês entenderem como funciona um carro adaptado para cadeirantes, vou postar algumas fotos aqui.
     O acelerador e freio é essa peça que fica ao lado esquerdo do volante. Puxando para cima o carro acelera, empurrando para baixo o carro freia. Depois de algum tempo dirigindo você nem percebe mais os movimentos, pois tudo se torna automático. hehe


Acelerador e freio.
Câmbio Automático













Espero que gostem e incentivo a todos deficientes e também não deficientes a terem esse gosto de liberdade e aprenderem a dirigir. Sei que no começo pode parecer impossível e até mesmo encontrarmos dificuldades. Mas nada nesse mundo é impossível até alguém tentar e claro, conseguir.

Beijos muletantes!


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Ajustes!

Os puxadores na cadeira.
Depois de dois anos com a minha hiper, super, mega cadeira vermelha com suas asas esvoaçantes, pena que as asas não criaram vida e começaram a voar.  Como qualquer cadeira para ter uma vida útil é preciso passar por ajustes frequentemente.
Bom, como aqui na minha cidade não existe uma especializada da  Ortobrás , qualquer pessoa que entenda um pouco de mecânica e esteja interessado em peças de cadeira de rodas está valendo. (risos)

Então o meu mecânico preferido deu uma geral na minha cadeira.
Baixou a traseira da cadeira, assim deixando  mais propícia para treinar as minhas aulas de empinamento  da mesma, e também a probabilidade de cair aumentou consideravelmente. (risos)
*Colocou os puxadores já que a minha cadeira  estava sem os mesmos (teimosia da lesada)
*Colocou dois parafusos naquele ferro que passa por baixo do pedal, uma ideia muito boa para os fabricantes de cadeira de rodas adotarem.
*Lembram do parafuso que sempre espanava, também ajustou e ficou uma maravilha.
Os parafusos no pedal.
        Ajustes simples que fez a diferença em uma cadeira de rodas, assim deixando com mais qualidade para as minhas rodadas por ai.
Ah! Cuidado para vocês não se engasgarem com a poeira no pedal da cadeira. (risos)
Depois desses ajustes minha cadeira ficou mais leve, os arranhões infelizmente não pude fazer nada.  Mesmo assim foi muito proveitoso os ajustes, cada vez que ajusto a cadeira é uma nova fase de readaptação, até eu me acostumar, demora um pouco.

"Cadeira arranhada é sinal que você está em plena atividade e não se esconde dentro de casa, cadeira arranhada é cadeira com vida."

Beijos enormes!

domingo, 22 de abril de 2012

Cadeira e vida


Bom, já faz quase dois anos que sou uma cadeirante, (isso vocês já estão carecas de saber, eu sei, mas não custa refrescar a memória rs) e nesses dois anos, a minha super cadeira de rodas com suas asas esvoaçantes tem sofridos problemas constantes. Por ser uma cadeira Top nacional não deveria ser assim,  não é mesmo? Mas vivemos no Brasil e aqui a qualidade em cadeira de rodas é muito inferior se comparada às internacionais, mas seja qual for o modelo ou marca de cadeira que você escolher  o preço é absurdo.

Alguns dias atrás, estava rolando uma foto em uma rede social, que agora é a onda do momento, e que eu não irei fazer propaganda aqui no meu blog. (risos)  Então, na foto faziam uma comparação entre os preços de uma bicicleta e de uma cadeira de rodas, claro que a bicicleta é muito mais em conta em se tratando de preço que a cadeira. Então, fica a pergunta. Ser cadeirante é muito mais caro que ser andante? Andar sentado, ou melhor,  rodando custa caro para os nossos bolsos cadeirantes, eu sei
 que não é só isso que torna difícil  uma vida sentada, é tanta coisa envolvida que às vezes você para e pensa:  Será que vale à pena tudo isso? Eu grifo com letras maiúsculas, em negrito e itálico para não passar despercebido nesse texto: COM CERTEZA VALE À PENA!
Eu sei que não é fácil viver em um país onde a falta de acesso grita toda vez que saímos nas ruas, que a falta de respeito e o preconceito andam juntos. Sondas, remédios, fisioterapias, intestino preso, incontinência urinária, escaras, ufa! Será que esqueci de alguma coisa? E também tem o fato da dificuldade de nos relacionarmos amorosamente.  Nós como seres humanos somos imperfeitos como qualquer pessoa deste mundo, temos as nossas angústias e dificuldades, mas isso não quer dizer que somos incapazes de amar. As pessoas têm ideias erradas e antigas sobre isso, claro que temos dificuldades de locomoção, às vezes é necessário a  ajuda do nosso companheiro ou companheira, mas isso não vai te tornar um mártir para toda a vida. Eu sei que a dificuldade é imensa, mas se há amor entre os dois, isso supera qualquer dificuldade ou obstáculo que surgirá durante o relacionamento. O amor, a vida está acima da deficiência. A deficiência é só uma forma que seu corpo apresenta. A deficiência não é imune às paixões e relações, felizmente!
Sabe-se que a felicidade é algo fantasioso que não podemos pegar com as mãos ou decidir que ela fique aqui do meu lado para sempre, a felicidade vai e vem em nossas vidas, momentos e circunstâncias que acontecem. Ninguém é feliz eternamente, todos nós temos dificuldades no trabalho, nos relacionamentos, na família e assim vai. Mas quando você percebe que a felicidade está chegando em sua vida você precisa agarrar essa felicidade com todas as suas forças, não se trata de egoísmo, mas sim de libertação. Você recebeu a vida, é seu dever e também seu direito como ser humano encontrar alguma coisa de belo por mais ínfima que seja.  Não adianta lutar contra a correnteza, um dia a sua hora chega e a felicidade está incluída no pacote. (haha)
Felicidade, vida e cadeira de rodas podem andar juntas.
A vida é isso, um misto de acontecimentos que torna o ser humano, pessoas capazes de não encontrar dificuldades para amar. A deficiência é inerente, então não dificulte as coisas, aceite como elas são.
        



 "A vida é única e bela, se tivemos a chance de estar aqui na terra, algum significado isso tem,  faça dela uma passagem única e viva, somente viva!"

Descrição: Na foto do post uma moça sentada na cadeira de rodas com os braços abertos de frente para o mar.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Dois segundos!

         Uma das palavras que eu aprendi depois que fiquei cadeirante foi "Coragem", não pelo simples significado, mas por ter vários significados dependendo de como você vê a sua vida.  Coragem e medo são duas palavras que andam lado a lado, primeiro sentimos medo de alguma coisa, depois do medo, um sentimento de coragem invade o nosso corpo e de repente aquele sentimento, o medo já não existe mais.  Sabe, que nós, às vezes nos subestimamos. Será que vou conseguir fazer isso ou aquilo? Sempre haverá alguém que irá te dizer que você não consegue, mas também haverá aquela que vai ficar do teu lado e falar:  Claro que você consegue.
          Pois é, eu me subestimei e pensei que não teria coragem em empinar a minha cadeira de rodas. Eu sei que pra vocês pode parecer algo bobo, sem razão ou até questão de exibicionismo. Mas, pra quem não conhece a vida de um cadeirante, empinar a cadeira não é questão de exibicionismo e sim de independência perante a vida. Por ser independente e conseguir empurrar a minha cadeira sozinha, eu queria ir mais além, ou melhor, alguém me fez ver que isso seria ótimo para a minha independência.
           Então com muito medo, mas a coragem que eu descobri que tenho, consegui empinar a minha super cadeira. Para quem tem que ultrapassar obstáculos diariamente por onde passa, é uma grande conquista. O barato é você subir e descer degraus sem ajuda de ninguém, claro que ainda é o começo, mas não custa sonhar.
Foram dois segundos, mas esses dois segundos significaram muito para mim!
Espero que vocês gostem!





Para quem não conseguir ver o vídeo pelo blog, o link está aqui:
Empinando a cadeira de rodas.

Beijos enormes!!!

domingo, 18 de março de 2012

Não sentir!

Sabe, que uma das coisas mais frustrantes em uma pessoa com alguma deficiência é não sentir. Bem, como assim não sentir? Vou explicar a vocês. Quando você sofre alguma lesão medular, abaixo da região da coluna aonde sofreu a lesão não sente nada. Pois todos os nervos sensitivos que levariam a informação até o cérebro não conseguem estabelecer uma conexão com o mesmo, logo, a pessoa não sente nada abaixo da vértebra que danificou.  No meu caso é um pouco diferente porque eu nasci com uma doença progressiva, a minha lesão na coluna é leve, por enquanto. É tão estranho, você passar a mão e não sentir nada, é sufocante e ao mesmo tempo misterioso. Mas enfim, eu não sinto meus pés (uma curiosidade: eu não sinto eles, mas se arranhar, beliscar com vontade eu tenho uma leve sensação ali) e um pedaço da perna, abaixo do joelho a sensação vai melhorando, é engraçado que acima do joelho eu sinto tudo perfeitamente. (risos) Assim você não sente nada em algum ponto, e de repente passa por outro local, e opa, aqui eu tenho sensibilidade.
       O corpo humano é mesmo uma máquina perfeita e ao mesmo tempo misteriosa, o que uma lesão na coluna pode provocar mil sensações em uma pessoa, cada deficiência tem sua particularidade, assim nos tornamos seres únicos. A lesão pode até ser no mesmo nível, mas cada pessoa é diferente, o corpo responde os estímulos de maneiras distintas. Descobri que ser cadeirante também traz momentos únicos, que só você pode sentir. Depois da deficiência tudo é estranho, diferente, mas a descoberta do próprio corpo é um momento único. Obaaa! Eu posso sentir aqui, ali, do meu jeito, mas o importante que estou sentindo. 
          Nunca, nunca mesmo comparar de quando você foi andante,  o corpo muda, a sensibilidade, o jeito de sentir, se você for comparar, definitivamente você  não vive. Pense no que você possui, movimento, sensibilidade  e tenha certeza de qual for a sua limitação, poderá ser muito feliz com ela. Pense sempre na sua realidade e não fique arrastando correntes com a sua própria deficiência. Sempre existirão pessoas com melhor e pior situação que você e acredite, que quando você está feliz com você e acredita no seu potencial a vida pode revelar coisas impressionantes. 
         Saber se valorizar e também valorizar a vida, a chance que temos de sobreviver a algum acidente, te revela um mundo diferente... Bem, eu não sou acidentada, mas foi quase isso, porque perdi meus movimentos aos poucos, mas eu sou feliz com os poucos ou muitos  movimentos  que me restaram, e sei fazer um ótimo proveito disso.

"Muitas pessoas podem sentir o corpo, mas tem dificuldades de sentir a vida."

Pense nisso, sentir a vida é muito mais extravagante, intenso que não sentir um corpo.

Beijos Cadeirantes!!!
Ótima semana!!!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dois Anos!

Essa semana, esse humilde blog completou mais um ano de vida. Mais um ano se passou nesse espaço, muitas coisas aconteceram comigo, transformações, alegrias e tristezas, mas  no final tudo está correndo no ritmo da vida, no ritmo certo.
Eu só tenho agradecer a vocês meus leitores e seguidores, os comentários e todo o carinho que recebo através desse blog, essa reciprocidade é motivo de alegria para a lesada que vos fala. Gente que fala que se viu na tal postagem, que eu ajudei a superar uma fase difícil de sua vida e etc...
Isso é muito emocionante, saber que a minha palavra de louca e lesada chegou em uma pessoa que estava precisando naquele momento, ler o que eu escrevi. Isso é muito importante, um ajudando ao outro a superar seus medos, inseguranças e transformando isso em superação, vida e vontade de vencer, viver. Isso que faz a diferença nesse mundo. Eu posso ser um grão de areia, mas o importante é que nós, deficientes, cadeirantes estamos nos tornando uma rede só, que está fazendo a diferença nesse mundo tão louco e cheio de preconceitos. O blog foi definitivamente um presente, onde encontrei pessoas importantes que hoje fazem parte da minha vida, tanto no mundo virtual como no mundo real. Aqui senti, literalmente, senti o que há mais doce na vida e também porque não dizer que também sofri, pois sofrer faz parte da nossa evolução. A amargura se transformou em doçura e hoje sou essa garota lesada e louca, louca pela vida, louca em viver, experimentar, ousar todos os sentidos e sabores que a vida está me proporcionando nesse momento. Fico feliz de o blog ser um ponto de escape, onde coloco tudo que vejo, ouço, e sinto. Depois que aprendi a lidar com a minha deficiência aprendi a me aceitar do jeito que sou, com as minhas loucuras, e meu corpo a vida me transformou em uma pessoa mais leve.
Sabe, que ter uma doença progressiva é um pouco complicado, você tem que viver um dia de cada vez, sem se preocupar com o amanhã, você pode acordar um dia e não ter mais aquele movimento.Você vive constantemente num mundo suspenso, sem saber, mas o lado bom disso é que sempre acontece às surpresas da vida. Essas surpresas que você pensa, aconteceu comigo??? É, a gente custa a acreditar que mesmo cadeirante, a vida nos reserva o lado bom, ótimo, maravilhoso das coisas...
Só quero que vocês saibam, que foram dois anos muito bons, onde cresci como pessoa, aprendi com cada comentário, compartilhei os mais variados momentos e sabe de uma coisa, eu faria tudo de novo do jeito que eu fiz, não mudaria nada, nem mesmo as vírgulas fora de lugar. Eu sou e sempre serei as reticências da vida, não vivo sem as palavras, elas que me dão sentido, razão de ser quem eu sou, da mais tímida até a mais louca. Eu sou essa, acreditando ou não, sou tudo num segundo e nada no tempo que for! Sempre deixarei as minhas reticências, se eu não puder completar, outra pessoa poderá completar por mim, pois a vida é feita de pessoas e uma completando a outra, não importa a forma ou o motivo, mas o que existe são pessoas que por algum motivo entram na nossa vida e trazem um pouco da sua riqueza.. Isso que faz diferença nesse mundo, pessoas do jeito que são, sem importar com os seus defeitos ou deficiências.. Foi e está sendo um tempo muito bom!

Obrigada por tudo, todos esses momentos aqui!!!
Vocês fazem parte da minha história!!!

Beijos enormes!!!